quinta-feira, 9 de julho de 2009

A Loja

Quando eu entrei na loja e vi aquilo que se denominava uma mulher, quase procurei outra loja, mas por falta de opção resolvi correr o risco:

-Olá!

-Olá- em tom rancoroso - fala!

-Gostaria de uma caneta...

-Escolhe aí!!!

Certamente fui escolher, mesmo que a repugnância dela me assustasse, eu queria a caneta tanto quanto a ave que quer voar:

-Já escolheu - novamente em seu sutil tom rancoroso (mas de onde haveria tanto rancor).

-Não, como poderia? São muitas as canetas!

-Você esta tirando uma da minha cara! – por que estaria?

-Não!

-Imagina se não! - Fui me afastando, mas continuei a compra!

Dois minutos após a escolha de uma borracha, Chegou à hora de escolher uma folha de almaço:

-Com pauta ou sem pauta? Você sabe o que é pauta? - ironizou vossa excelência: a Praga da privada.

Na verdade eu não sabia o que era uma pauta, então eu chutei uma das duas para não passa por burro:

-È lógico que eu sei, prefiro sem pauta – não é que escolhe errado. A bruxa me deu uma folha em branco. Eu fiz a cara mais natural como quem tivesse certo e continuei as compras:

-Tem lápis 6B? – que pergunta infeliz que fiz.

-Lógico, isso é uma papelaria e não uma farmácia!

Neste exato momento quis pular no Pescoço dela, mas pensando melhor eu precisava daquilo para ontem. Alguns segundos depois do diálogo chegaram um homem muito interessado nos presentes abaixo. Logo aquela mulher bisonha resmungou:

-Acredita que esse garoto esta tirando onda da minha cara! – o comprador deu uma pequena olhada em meu rosto e se voltou para os presentes sem dizer nenhuma palavra – Pronto garoto pode ir embora, não volta nunca mais, sai xô, xô, xô.

-Faço questão de não voltar – deixei a sacola de compras lá encima e fui saindo.

-Não vai levar a mercadoria?

-Não!!! E sabe de uma coisa? Não compro mais nada aqui, mal educada. Passe muito bem!!!

A mulher se conformou e voltou para sua fria e crua loja. Eu acabei ficando sem o material.

Acho que o a ave que queria voar terá de esperar abrir outra loja.


A Loja - escrito em 2005, by mim.

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